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    PUBLICAÇÕES

 

 

 

05/12/2017

Projeto teatro no Campinho  

14° Encontro

FINALIZAÇÃO 

 

Finalizar é um ato complicado, não? 

  Hoje chegamos a etapa final do projeto.  Uma ideia que já vinha desde o começo do semestre orquestrando.  Uma partida de futebol com intervenções cênicas, músicas e coreografia.  Mas nunca ao longo de todos os encontros chegamos a esse estado de perfeição que minha mente calculava. E isso é mais uma das coisas que preciso aprender como docente, a desmedir a expectativa. São como imagens que se projetam no hemisfério imaginário e depois se não for como eu imaginei. Bom, piro.

  Nessa manhã, já preparava o meu espirito para não ser tão exigente. Mas precisava ser do jeito que foi? Confesso achei um pouco bagunçado. Queríamos abraçar mais do que podíamos. Era a nossa pura mania de finalzinho.  Precisava de festinha?  Nunca disse isso de fato?  Não queria parecer o Vilão.  Sou meio rígido coma ideia de encerramento, de festinhas.  Vejo tudo como círculos que não terminam e sim recomeçam, então por isso penso que é complicado finalizar, porque de certa maneira as coisas não acabam, elas perpetuam transformadas em outras coisas.

 O Evento foi uma correria, primeiramente planejamos coisas de mais para pouco tempo de execução.  Acredito que a premiação dos Heróis era linda, uma performance, onde um a um ia receber a sua medalha e mostrar seu papel como herói, mas que deveria ter sido mais adequada ao pouco tempo que tínhamos.  Claro também sou responsável pela mal administração do tempo. Como poderia negar a potência teatral que meus alunos queriam em estar maquiados.

_ Se o projeto dos heróis tem porque nós também não tem sor.

Nossa apresentação foi a mais defasada, até os alunos se organizarem no campinho, digo aqueles que estavam para assistir.  Até começarmos. Poderíamos ter começado pensei na hora.  Nem Jogamos quase.  Uma partida de 3 min.  Não deu para fazer quase nada de intervenção. Porem podemos ao menos cantar as músicas. 

E ainda tinha as clássicas falas de encerramento.   As comidas.  Sim eram coisas de mais.

Mas educação é isso, sempre um aprendizado, um entulho de fazeres, de ânsias, de mudanças.  Eu mesmo aprendendo a terminar.  Quando não aprender?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

28/11/2017

Projeto teatro no Campinho  

13° Encontro

NÃO DAR TEMPO

   Caiu, levantou, caiu de novo.   Metáfora de todas as nossas aulas. De todas as fases que o PIBID 2017 foram ao encontro de uma prática em educação.  O corpo presente é   minha sina, digo corpo, mas na ideia popular poderíamos dizer mente. Mas ao longo dos estudos teatrais aprendemos que corpo é mente e mente é corpo.  Ele, o corpo recebe os raios de sol da manhã, dizia que seria um dia decisivo.  Hoje programamos o encerramento na sala dos professores. Mesa branca com livros, xícaras e café, eu precisava muito.   A ideia é finalizar com uma partida de futebol com intervenções performáticas. Premiação dos heróis e a construção física de uma história.   Partimos para a sala 2 ensaiar as músicas, nada além e músicas e tudo era música nesse projeto.  Eu e o Tiago recebidos por mãos eufóricas que queriam de qualquer maneira os instrumentos na sala. Com permissões e negações ensaiamos ali.  Para o último dia, o lance era não dar tempo, não dar tempo para trololó.  Nem para agressões seja de qualquer instância.  Suar a camisa de teatro e jogo.  Brincar e correr, ver no outro a possibilidade de viver a teatralidade.  Foi a melhor aula, quem diria que não dar tempo, seria onde aproveitaríamos o maior tempo.   O divertimento é maior do que qualquer bagunça, e a bagunça é a melhor forma de teatralizar.  Fomos ao pátio que batizados pelo sol inventamos trovões de chuva.  Gostaria de fazer de novo. Mas já estava tão tarde.   Ensaiamos a partida. Dois times.  Duas meninas no gol.  E de repente um coro para buscar a bola no ninho dos quero-queros.   Foi lindo. Poético e potente.  Saímos sem com a esperança de um lindo final, ou o recomeço.  Porque tudo são ciclos, círculos que se entremeiam em aspirais e voltamos para a escola.   Como um muriquinho que deixa e chora na partida, sei que chorarei no último dia.

21/11/2017

Projeto teatro no Campinho  

12° Encontro

AVALANCHE 

    Sabíamos que agora estávamos na reta final, e eu ainda frustrado. Sou muito cabeça dura com as ideias que tenho, e ainda não havíamos contemplado o campinho com toda teatralidade que me desperta nesses alunos. E por mais que meu consciente intelectual perceba que cada tempo é um tempo, e que eu como docente precisava entender o tempo dos alunos, meus sentimentos eram eufóricos. Tão eufóricos quanto a chegada na sala seis após o recreio. Então de certa forma, não seria apenas para eles aquela meditação, serviria para mim também.  Meu corpo pulava para tentar ver a capacidade de usar aquelas mentes brilhantes em uma experimentação artística.  Mas quem disse que a bagunça não é arte ?  Os corpos improvisam com a situações, com os objetos, com os próprios corpos um do outro.  Como impedir o ímpeto de vida? Nunca faria isso.  Impedir é o maior ato opressor que um Professor poderia causar.  A meditação serviria então como canalizador para tanta energia, mas quem disse que o “ON”  vibraria. Nem os olhos fechavam, era divertido vendar-se, mas meditar não.  Após uma insistência conseguimos alguns segundos de respiro.  E partimos para as clássicas musicas, o repertório ao longo desse projeto, foram três cancões: Futebol nossa paixão, Casa de farinha e Muriquinho, são essas três canções que permearam o ano. Se ao menos eu tivesse tido a ideia de trabalhar voz, ao invés de futebol.  Mas não se deve ter arrependimentos, são experiências, e eu manjo de voz mais  do que  futebol, e por isso aprendi tanto quanto eles.   

   Fomos ao pátio, a ideia eram jogos e uma possível partidinha. Acaba que a Maiquele é atacada por todo mundo. Em pavor não faz nada além de chorar. Arrancaram o cabelo da guria. BRONCA ! Precisei dar uma.  Quem somos e o que somos? Às vezes é preciso relembrar disso um pouco. Nada de diferente dos estádios onde uma torcida arrebenta a cerca e a pancadaria começa.  Qual é a referência de futebol que vivemos?  Avalanche de Corpos para o sangue que a bola dá. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

14/11/2017

Projeto teatro no Campinho  

Olha Gira no Congo é um Girê. Olha gira no Congo é um Gira.

 Muriquinhos em roda, samba e batucada, ciranda e lendas.  Mas, somos mais do que isso. Somos  tudo o que quisermos ser.  Em meados de 2017 devemos rasgar os papeis que a sociedade nos impõe, devemos desconstruir os muros que separam as raças, religiões, gêneros e orientação sexual.  Devemos assumir a mistura que compõe o Brasil.

  E se isso for só mais um discurso?

 

 

Onde está a praxes?

Hoje na escola Esperança, me deparei com o vislumbre sobre a pratica da transformação, não falo dos alunos, falo de mim mesmo.  Foi pouco na verdade o que fizemos, talvez raso e incompleto, mas um raio de sol, que emergiu no meu imaginário.  E se .... 

Se pudéssemos fazer mais, se pudéssemos rodopiar, incorporar em plena escola o batuque e a pele preta.  O Jesus negão nascido em Belém, norte da África.  Se pudéssemos saudar os orixás toda a manhã.  Antes é claro de ser apedrejados, expulsos, chicoteados e escorraçados pelo concelho de pais e mestres, pela moral e bom costumes da família

.   Mas como é semana da consciência negra podemos um pouco.

Não confunda, não apoio o discurso que diz que precisamos de 365 dias de consciência humana e não um dia de consciência negra.   Não queira comparar isso com dia das mães.

Entender o racismo é complexo.  Ainda mais enfrentá-lo. 

O que essas palavras confusas dizem, é a própria impermanência de ideias, conceitos, filosofias.  Todas postas  em cheque em relação a dura realidade,  22 mil jovens negros assassinados de 2015 a 2017.  Isso fere a moral e bom costume de verdade. .  Entender isso é entender o racismo.  Introjectado na veia do homem, um veneno que só pode ser curado com incontáveis doses de educação.  O raio de sol, a imaginação.  O que estava sendo feito na escola Esperança.

Oi cirandeiro, oi cirandeiroa a pedra do seu anel,  brilha mais do que sol.

A representatividade é fundamental, é preciso se ver em posições de significância no mundo, não somente em páginas policiais, em óbito, ou como criminosos.  É sentir-se como alguém,  e aí voltamos a falar de humanismo, dos 365 dias.  De saber que a pele preta,  é um manto de coragem (Mc Leen da Quebrada),  que somos inventores, poetas,  filósofos, médicos com Nobel,  motoristas de ônibus, gari, empregada domestica, catador.  E que por mais que tenhamos valores diferentes na conta bancária,  temos o mesmo valor.

07/11/2017

Projeto teatro no Campinho  - 11º Encontro

Objetivo: Trabalho musical sobre canções na construção de um repertório do grupo.

Atividades:

  • Meditação coletiva

  • Canção - Futebol Não é Só Esporte

  • Canção - Casa de Farinha

  • Ensaio sobre as cenas construídas

Observações:

   Fazia já três semanas que não ia para a escola, e chegar de bicicleta, atra15e traz a metáfora do jardim que uma escola, e os seus alunos, professores e funcionários podem ser. Todos precisamos de sol, será que o PIBID emite calor nessa escola? Como será o ano que vem?

  Paro, respiro uma gota de emoção, que não se deslancha por causa do meu atraso de cinco minutos. Agora conto com a parceria de meu colega Thiago , que sentado na sala do professores me recebe junto da supervisora Monalisa, naquele abraço demorado de saudade. Planejamos a semana que vem, vamos entrar na programação já bem estruturada que discutirá a valorização do negro na sociedade, me sinto ótimo por contribuir nessas atividades. Proponho de realizar uma atividade de ciranda com o pequenos, e dançar alguns ritmos percussivos. O que já vai estar de encontro com a minha ideia de projeto, uma vez que resgatar o futebol como ato, público e popular, atividades de origem afro, são a base do Brasil, obviamente podemos discutir a questão do negro na sociedade, colocados em lugares de grandes portadores de talentos, apenas como forma de apoiar o discurso da meritocracia. Como no caso do Jogador Edson Arantes do Nascimento, nosso rei Pele, um jogador de futebol negro, consagrado como melhor jogador do mundo, em um tempo de racismo evidente no Brasil. No entanto, para jogador, capoeirista, atleta, dançarino e outras áreas tidas erroneamente como áreas de talentos inatos, o negro cabe, entretanto, como advogado, professor, cargos de governo,  e médicos. Poucos negros ocupam, então mesmo seguindo uma lógica meritocrática é um mau exemplo.

 Voltando para o hoje, com a cia do Thiago, o projeto Teatro no Campinho ganha novo corpo, duas mentes pensam e agem melhor do que uma, as dificuldades de atender as necessidades de atenção diminuí, apesar de ainda os mesmos alunos estarem em processos difíceis de adaptação ao espaço e momento escolar. Será uma forte soma, uma equipe a partir de de agora, o que não desmerece o apoio que obtive de meus colegas, mas cada um estando totalmente ocupado em seus projetos, ajudavam com o que podiam, agora Thiago junto, já estávamos com dois instrumentos percussivos na Sala. Para ele, que começou agora, saiu a pouco da escola pública como aluno, é um passo talvez rápido de mais, ir ao encontro da docência, mas que vem tirando de letra.

Começamos com uma tentativa de meditação, uma pratica que vem revolucionado algumas escolas do país, uma vez que os alunos possuem claramente impulsos de ansiedade. Não foi de total sucesso, mas vimos processos de aceitação, praticar, praticar, praticar, essa é a receita. Ensinamos uma nova musica para os alunos, chamada Futebol não é só Esporte, uma adaptação criada pelo grupo de teatro Cambada em ação Direta Levanta Favela, a musica compõe o repertório da peça Futebol nossa paixão, peça que o grupo apresentava em meados de 2013 a 2015, no qual eu Fazia parte. Uma livre adaptação do texto de César Vieira, Corinthians meu Amor, diretor e dramaturgo do grupo TUOV (Teatro união e Olho Vivo) de São Paulo. Continuamos a manhã com a retomada da cação Casa de Farinha, uma musica de domino popular, além de retomarmos a ultima cena elaborada. Hoje não pudemos ir para o pátio. Mas seguiremos t entanto. A duvida da vez é: Manter o João na aula ? Uma vez que é Claro a sua postura de interrupção das atividades.

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Projeto teatro no Campinho  - 6º Encontro

Objetivo: Experimentação da primeira partida

 

Atividades:

  • Contagem numérica crescente em grupo.

  • Bang-Bang

  • Troca de lugar através das características

  • Passa a bolinha sem deixar cair no chão.

  • Corrida no campinho

  • Futebol livre


 

Observações:

  Oito ou oitenta, o clássico dito popular significa a dualidade e o binarismo de ser bom ou mau, feliz ou triste, forte ou fraco, lento ou rápido e tantos outros. Por mais que tentamos em educação e teatralidade desconstruir a binaridade, me vejo em limbos de processos práticos.  Os alunos hoje estavam ao mesmo tempo agitados enquanto cansados e dispersos.  Um corpo mole e sonolento, frio e disperso, mal se ouvia a palavra, mal se ouvia as indicações do jogo, no entanto mal tolerava-se os arranhões verbais que infligiam-se minuto a minuto.  E da 01:15 hs de projeto, apenas um momento celebre, chegamos a passar a bola 32 vezes sem deixar cair ao chão com corpos atentos.  O romance do professor soa alto, e a esperança de salvar a turma, de transformar um aluno se quer ergue-se dos problemas pessoais e eu acredito que agora tudo vai dar certo.  Ilusão. Mas o que é dar certo? Não seria uma imposição minha de realidade? Na vida prática, aula é isso mesmo.  Propus de dividirmo-nos em grupos, elaborando times.  Mas não deu certo, brigaram quando escolhi alguns para eleger seu time, brigaram quando eu dividi os times. Brigaram por goleira, brigaram por atenção, por não saber lidar com a liberdade em aula, é muito tempo preso em uma cadeira pra poucos minutos de recreio, de liberdade.

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 22/08/2017

 

Projeto teatro no Campinho  - 5º Encontro

Objetivo: Consciência de grupo, processo colaborativo, Corpo vivo e ágil, imagens no espaço Campinho.

 

Atividades:

 Hoje detalharei como procede as atividades elaboradas em aula.

BANG GANG

 Os alunos se dispõem em um círculo e lhes são dado números representativos, toda vez que o professor dizer certo número, este aluno deverá baixar o corpo na posição de acocado. Os alunos que estão à sua direita e a sua esquerda apontam as armas fictícias e aquele que mais rápido atirar, vence o duelo.  A medida que o jogo vai rolando aqueles que não foram rápidos o suficiente aguardam a próxima partida.

OBS:  É um jogo de raciocínio rápido e agilidade, causa disputa e competitividade. É preciso conhecer a turma para que não reverbere de forma negativa.

 

PASSE A BOLINHA

 

 Os alunos passam a bolinha uns para os outros sem que ele caia no chão, contando em ordem crescente para chegar a quantidade de vezes combinada.

Um jogo simples, porém que pede, disponibilidade, atenção e controle corporal.

 

CORRIDA NO CAMPINHO

Hoje demos dez voltas no campinho (palco) para aquecer o corpo.

PEGA PEGA PARALITICO

Aquele aluno que foi pego, deve ficar de pernas e braços abertos para ser salvo, assim que receber um abraço.

IMAGENS DE JOGO DE FUTEBOL

Direcionei os alunos na  montagem de uma imagem corporal coletiva no campinho,  a cada dez segundos os alunos teriam que trocar uns com os outros a imagem corporal que fizeram.

 

PASSE DE BOLA

 Montamos uma roda e, trocamos passes com a bola enquanto cantávamos, a música Casa de farinha.

Observações:

  Muito diferente do que na semana passada, os alunos hoje souberam trabalhar muito melhor, uma harmonia se estabeleceu em aula, as atividades superam as expectativas, estávamos alegres, e participantes.  Abraçados uns pelos outros, não perdemos tempo com xingamentos e repressões de mau comportamento. Pudemos aproveitar a 1h e 15 minutos de projeto de forma bem útil.

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15/08/2017

 

Projeto teatro no Campinho  - 4º Encontro 

Objetivo: Noção de  coletivo 

 

Atividades:

  • Passar a bolinha e dizer o nome sem deixar cair no chão

  • Aquecimento com pulos

  • Corrida em grupo no pátio

  • Canção "Casa de Farinha"

 

Observações:

 Hoje os alunos estavam muito agitados, no primeiro impulso puxei as rédeas, gritei, descontei pontos fictícios. Tirei aluno da atividade e pedi para sentar junto com a prof.  Sempre me perguntando:  Como fazer ? Será que tenho força pra ir contra um mar de concretudes, uma cultura escolar de submissão ?Mas não é só uma cultura escolar, é uma cultura familiar, social.  Não, não é possível enfrentar esse modo como se estabeleceu a nossa sociedade, contudo ainda não perdi a esperança, não se pode transformar a água em vinho da noite pro dia,  é preciso muito trabalho, é preciso anarquizar as praticas, é preciso se anarquizar.  Mas levei do jeito que soube, meus planos era encontrar relações com teatro e futebol, buscar imagens de jogos de futebol e potencializar teatralmente. Mas assim que chego na sala e vejo os alunos enlouquecidos, estourando os balões, gritando, brigando, e correndo.  Penso no longo caminho q devemos criar, e claro 1 Hora por semana, não vai dar conta.  O jeito foi ser autoritário, xingar, e perceber o aluno que age de forma violenta com amor, mas com autoridade, como alguém que lhe indique aquilo que faz de errado.  Porém punir, seria o certo? Mais errado do que isso, é se mostrar frágil na tomada de decisão, percebi que os alunos esperam uma decisão firme do professor, não do sentido brusco, bravo, ou autoritário, mas sim integro, sincero e decisivo.  Se eu tibubiasse, talvez meu respeito decaísse e a turma não se levantaria do caos. É como a vila se estabelece, como os jogos de poder se relacionam com a pratica social, mas se os alunos pedem por jogos de poder, veem isso como uma inconsciente salvação, me decaio no paradoxo.  Não é possível mudar a água pro vinho, mas talvez trocar o seco por suave, é ridículo comparar criança com bebida, mas estou entorpecido de tanto força mental, usada na criação de mecanismos.  Minha prof, que acompanha a aula, pouco se mete, mas eu gosto, somente quando tem violência peço para intenção militar, ops da prof.  Mas não é mesma coisa.  O bandido é retido quando comete um crime, e nós na escola acabamos seguindo o mesmo principio, mesmo que eu seja completamente contra o regime carcerário, mas precisa continuar o projeto/aula.  Ou será que não ? Paulo freire peço ajuda.  Vou ter que ler mais mil vezes,  e por em pratica mil vezes para entender e fazer diferente.

 

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01/08/2017

Projeto teatro no Campinho  - 3º Encontro 

 

Objetivo:  Reconhecimento do o espaço campinho; reconhecimento da bola de futebol; reconhecimento desse coletivo como atores/jogadores.

 

Atividades:  

  • Alongamentos no espaço Campinho.

  • Pega-pega ajuda

  • Meia, meia lua um dois três

  • Chute a Gol

  • Troca de Passos com a bola em roda

 

Observações:

  O espaço Campinho  resinificado como espaço artístico é um desafio, é a terceira vez que vamos para este espaço.  Mesmo que já estejam habituados a jogar entre as enormes goleiras durante o intervalo. Ver aquele espaço não só como espaço para futebol, mas como espaço para produção teatral, é o meu primeiro desafio, contudo ainda surgem obstáculos que de certa forma transformam-se em sub desafios, como por exemplo a separação espontânea entre dois polos em uma tentativa de fazer a roda, um polo masculino e outro feminino. Independente de toda a compreensão que tenho sobre as formações  ao longo da infância, de separação sexual, com detrimentos de oportunidades, principalmente para com as meninas, ainda abarco esse desafio como uma das experiências necessárias para um professor artista, as meninas não se sentem a vontade para estar rolando a bola nos pés, e os meninos não possuem paciência com essa situação.  Por que? As meninas que estão ainda se familiarizando em essa atividade, alguns comentários machistas surgem durante as atividades. Conversando com a Supervisora Monaliza, surge a preocupação da parte dela, uma vez que já vem trabalhando a desconstrução do machismo dês de o começo do ano, mas será que a conversa, afeta na hora da prática? No futebol, onde culturalmente é aceito jargões que podem ferir a autoestima de qualquer adulto, como se portará uma criança? As perguntas sempre surgem mais do que respostas.  

 Mas as flores também nascem no campinho, e hoje entendi uma linha enérgica que pode ser uma nova forma de dar aulas, percebi que o carinho e o sorriso ´para um aluno, é tão capaz de motivar o seu desempenho nas atividades, e o quanto não é preciso criar uma figura austera e seria, e que brincar, dispersar junto com eles, pode lhe dar força quando for preciso chamar a atenção para uma ação improdutiva ao coletivo.  Hoje durante os alongamentos, dispersamos e permiti, que isso acontecesse, assim como contribui para a brincadeira que surgiu com o braço esticado, e quando o Felipe imitou o boneco do Posto.  Estamos bem.  Sinto que uma ótima atmosfera está para surgir.

 

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20/06/2017

Projeto teatro no Campinho -  1° Encontro

 

Objetivo: Reconhecer o Grupo 

 

Atividades:

  • Organização do Grupo

  • Explicação do Projeto

  • Criação de círculos pelo espaço em cronometragem

  • Presidente dos movimentos

 

 

Observações:

 

  Começou, hoje vi que os alunos estão vivendo uma carência de artes gigantesca, mesmo que já havia chego a essa conclusão ao observar a prof Monaliza querer tanto nossos projetos.  Para isso não se deve encontrar um culpado, e sim analisar uma conjuntura social na Educação.  Entretanto as poucas Profs dessa Escola se desdobram em milhares para dar conta de toda a demanda de conhecimento que uma escola precisaria oferecer aos alunos.

  Nessa manhã, não quis começar no pátio. Não busquei a bola e não me aprofundei na ideia do projeto. Apenas queria ver como os alunos do 3° e 4 ° ano se portam. Ver quem são aqueles que tem dificuldade de concentração, e querem chamar muita atenção e aqueles que são tímidos e preferem de resguardar da atividade.  Tive já o primeiro banho de água fria da aluna Paola, que diz odiar futebol, mas me deu uma chance de mostrar o futebol e o teatro misturado.  Vi que os alunos em geral meninos, só querem que eu libere a bola pra jogarem.  Neste primeiro encontro busquei entender qual figura esse professor de teatro, ou melhor, futuro professor de teatro vai estabelecer. Porém ainda é cedo, muitas bolas hão de rolar nesse campinho.  Muitas orelhas precisaram se acostumar a ouvir palavras não ditas aos berros, precisaram ouvir o corpo do colega no espaço e o ver a energia que emana do espaço e como ela vai me fazer jogar/atuar.

Meu canal

Meu canal

TEATRO NO CAMPINHO DA ESCOLA

  A sociedade hoje vive uma espetaculização do futebol, ídolos são criados, marcas de produtos são enaltecidas. O futebol com o principal objetivo de incentivar o consumo tomou conta da partida. O jogo/esporte/ritual perde seu espaço sagrado como potência criadora, a emoção é friamente calculada e faz do locutor um vendedor de produtos.  Contudo, ainda há resistência em cada manhã, em cada bola suja de terra, em cada chinelo marcando a goleira, em cada imagem teatral atravessando uma falta e um grito de gol dos alunos da Escola Esperança ao jogarem futebol do campinho da escola sem se importarem com o chão embarrado, mesmo que isso signifique levar uma tunda da mãe em casa.  O projeto Teatro no campinho da escola busca resgatar a prática esportiva mais comum no Brasil, enaltecendo o caráter lúdico do jogo que está presente no corpo/memória de cada aluno das turmas do terceiro e quarto ano da escola Esperança em Montenegro, na qual o subprojeto PIBID/TEATRO atua, durante 1h/a, nos meses de Junho a Dezembro de 2017.  O campinho da escola servirá de palco para o futebol, reconhecendo o jogo como forma significante para os jogadores, captando o valor e o significado de certos movimentos e imagens corporais como alavanca para improvisar pequenas cenas, como dramaticidade e potência para o exercício de criação artística teatral. O objetivo principal é o de identificar e explorar materiais físicos/corporais ampliando assim a aprendizagem de conceitos teatrais. A metodologia busca mudanças frequentes de interação ator/espectador/jogador, levando os participantes a revelarem novos momentos de experiência.  Em teatro educação o aluno é criador e criatura, ele se faz presente e age como semente que reverbera no solo (palco/campinho), que se transforma na extensão do próprio corpo. A responsabilidade do teatro está no que nenhum livro pode transmitir, no que nenhum filósofo pode verdadeiramente explicar, mas pode ser alcançado pela arte. Traduzir o indizível é um de seus papéis. (BROOK, 2015). O intuito é não limitar o futebol apenas à realidade do teatro, mas explorar os seus recursos para que o aluno se perceba como um sujeito capaz de criar e transformar.

Palavras-chave: Teatro. Jogo. Criação. Escola. Futebol.


 

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