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CRIAR E INSPIRAR CONHECIMENTO

 

 

E de repente você se depara com o avesso da atual conjuntura do ensino público.  O Ensino privado.  Alunos que aparentemente apresentam  saber, que estudam e leem todo o livro didático, mas  no entanto, não formulam, não criam, não destroem. E sim repetem os mecanismos que lhes são oferecidos.  Mesmo que o filme “ O Sorriso de Monalisa”, tenha como foco a trama de uma professora que leva a uma turma de meninas a se questionarem sobre os seus reais papeis na sociedade, abordando assim a significância que um professor possa ter na vida de um aluno. Não deixo-me distrair pelos temas subjacentes da história; o preconceito, família tradicional e o machismo.  Fico ao longo do filme me questionando se existe amor, e para que serve uma união matrimonial. Uma vez que pessoalmente não creio  nessa instituição como modelo de felicidade, e que na vida  possa-se sofrer, não porque não há ninguém que lhe ame conjugalmente, mas porque você se sente a única pessoa a que não casou ainda. Em meio a tradições que mascaram com lindas joias e bela maquiagem a desgraça de viver sobre um casamento falho, a jovem que foge da dor, causando dor em outras pessoas, decide pelo divorcio no final.  Confesso, preferiria muito mais que o enredo se mantivesse aos problemas em sala de aula, na forma como a professora abordava a arte, do que nos dilemas de românticos das meninas.  Creio que essa minha distancia se dá pelo fato de eu ser de uma realidade totalmente avessa, como disse antes.  Homem, fruto de escola pública  periférica, onde as meninas nem se quer casam para depois terem seus filhos e morar com seus respectivos maridos, mas que engravidam e são abandonadas pelo pai da criança, e a mãe acaba tendo que criá-la sozinha. A família tradicional brasileira é uma utopia da classe media machista , se assim não fosse, não se criaria um lema  – moral e bom costumes da família.  Contudo, mesmo que o filme tenha como data 1953 o período que a história se passa, ainda hoje se questiona, e deve se questionar , o real papel da mulher.  Já que neste país tivemos pela primeira vez uma mulher eleita presidenta e no seu segundo mandato, é deposta por um golpe  parlamentar, organizado por sua grande maioria, homens dá década de 50. Nesse sentido, vejo este filme  tentando trazer os princípios de debate para os dias de hoje, para o que eu como bolsista do PIBID, posso fazer para não contribuir a essa cultura opressiva, sim, porque seria presunção demais pensar que eu poderia criar uma fonte de mudança no sistema. Apenas eu, apenas a si próprio é possível mudar.  E assim inspirar a outros que mudem.  

A Escola serviria então de ponto de transformação, onde o aluno e professor transformam-se, mudam a si próprios, inspirados uns nos outros no ato de criar conhecimento. Aparentemente no filme, há grandes processos de transformações, mesmo que não tão significativos como a Prof Katherine desejava, mas que é visível e notável. Joan não se torna advogada mesmo aceita na faculdade de Yale, mas percebe o potencial que emerge de seu ato criador de conhecimento, a grande parte das alunas casam, decidem viver a vida tradicional, mas me surge a imagem de como suas futuras gerações serão educadas. Em 1953 pensar na mulher como advogada, já era no mínimo irregular ao padrão social.  E o que podemos transformar hoje ? O que é no mínimo irregular ? São estas questões de ser um professor que cause atos de criação e inspiração que me atenho ao assistir esse filme.

O SORRISO DE MONA LISA  (MONA LISA SMILE)

EUA , 2003 , 117 MIN.

Gênero: Drama

Direção: Mike Newell

Elenco: Dominic West, Ginnifer Goodwin, John Slattery, Julia RobertsJulia StilesKirsten DunstMaggie Gyllenhaal

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