

Entender o que um programa como o PIBID faz, é fundamental para um universitário. Sua atuação nas escolas publicas através dos estudantes é uma das novas armas no combate a precarização do conhecimento, o que de acordo com o meu viés de reflexão, está em curso na América dês de o golpe de 1964 no Brasil, e mais intensivamente agora após o golpe de 2016. Em um seminário onde estudantes bolsistas deste programa se reúnem para expor suas ideias e projetos, é de uma potência criadora sem precedentes, é como a expansão do universo no espaço cósmico. Isso certamente me possibilita e me excita enquanto futuro professor, futuro mediador de conhecimento.
Ir para Alegrete e enfrentar seis horas de viagem, não é um se quer beliscão de angustia, comparado ao ato de poder compartilhar, dividir, e criar novas formas de viver a educação. Reclamar por chegar com câimbra nas pernas , o eu já deveria já estar acostumado, não passa de uma mero mimo.

Um bom chimarrão, uma excelente recepção, chuva de gotas frias. Alegrete se mostrando impecável. Eu no entanto descuidado, não trouxe roupas de frio, e acabo contando com meus colegas solidários. Esses seminários são sempre muito bem organizados, e este inclusive esteve de parabéns. Podemos dentre os quais que já estive, dormir em colchões, espaços cobertos, com banheiro bem equipados e excelentes refeições.
Dentre os momentos mais celebres dessa vivência, destaco um simples jogo de bolinha com meu parceiro de tantos Pibids William Fossati, rimos ao ponto de a barriga doer. Minha nervosa apresentação do Projeto “ Teatro e Futebol junto dá no Quê” e nossa oficina realizada com os futuros professores, que sempre acabam encantados com o teatro, seguem como momentos de estasia. Mas é a partir do encantamento que o teatro proporciona que começo a minha reflexão critica, o encantar - não que isso seja de todo ruim, pois o encanto é fundamental em tudo o que devemos fazer, porém, muitas vezes o encanto que as artes proporcionam destituem o longo e árduo percusso de pesquisa e treinamento que artista se submete, assim como em outras áreas de conhecimento. Isso coloca o artista como alguém fruto de talentos inatos, inalcançável para a maioria das pessoas. Isso esta permeado nas singelas pronuncias que muitos professores, e estudantes colocam, como por exemplo: A arte contribui na educação; a arte é bom para trabalhar a ludicidade. Isso é a evidência que as artes ainda estão colocadas nas bordas do pensamento “ciência”, a serviço de algo. E que estamos em geral carente de viver arte. Me faz pensar na necessidade de organizar um seminário de artes entre as universidades do Rio Grande Sul, somos sempre vistos como pessoas especiais, não que não queiramos ser, mas pelo único fato de estudar arte, não torna uma pessoa especial, o que torna alguém especial, é o simples fato de ser alguém. Entretanto, me contradigo em certos momentos, quando ao som de um artista alegretense dançamos, enquanto a cerimonia nos empurra para cadeiras estáticas, ou quando somos a única unidade a entender que somos linhas efêmeras compondo o tecido do tempo e espaço salão. Balançando a bandeira da UERGS, e colegas do mesmo sexo dançando juntinhos na cara da tradição gaúcha. Não somos especiais, mas fazemos de tudo para fazer o momento ser. Não importa se é em Alegrete ou Montenegro, ou no caminho entre as cidades.



